07/05/2020 - Por Marcello Loiacono
Nesta Edição de 12 Toques com Loiacono, conversamos com o craque do Palmeiras, Michilin. Paulo Cesar Michilin tem 49 anos de idade e é bancário.
12 Toques: Como conheceu o esporte federado, e em quais clubes jogou? Michilin: Como a grande maioria dos Botonistas, eu jogava desde criança (uns 6, 7 anos) com meu pai e irmãos no Estrelão. Depois fazíamos campeonatos com alguns vizinhos no prédio onde eu morava (o Dema era um deles). Mas só fui "descobrir" que existia o Futebol de Mesa em 1987 através de uma reportagem de capa da Revista Placar. Mandei uma carta para a Federação Paulista de Futebol de Mesa e obtive uma resposta (tenho essa carta resposta guardada até hoje), aí procurei o Della Torre para me federar como Avulso. Mas para minha sorte, nesse mesmo ano de 1987, o Gil (que foi o 1º Campeão Brasileiro Individual), montou o departamento de Futebol de Mesa no Palmeiras, clube que eu já era sócio. Aí comecei a jogar no meu clube de coração e nisso lá se vão 33 anos de muitas competições, jogos (são 9.158 até o final de 2019, todos devidamente anotados) vitórias, derrotas e, principalmente, amizades.
12 Toques: Qual o título mais importante? Michilin: O Brasileiro Individual de 1997, em Londrina. Não existia uma Final, mas sim, uma Fase Final, com 16 Botonistas, jogando todos contra todos. Na última rodada, o título ficou entre eu e o Cássio, estávamos com o mesmo número de pontos. E os dois venceram suas últimas partidas. Eu conquistei o título no critério de desempate (saldo de gols).
12 Toques: E o título mais difícil? Michilin: O 1º Brasileiro por Equipes, em 2007, no Rio de Janeiro. Também não existia uma Final. Na Fase Final eram 6 equipes, jogando todas contra todas. Nós perdemos para o Vasco na terceira rodada e aí não dependíamos somente de nós. Na última rodada precisávamos vencer nosso jogo (com o Flamengo) e torcer para o Círculo Militar vencer o Vasco. Nosso jogo foi tranquilo, mas o jogo entre Círculo x Vasco foi muito emocionante, decidido somente no final da quarta rodada. E o Círculo venceu e nós conquistamos o primeiro (de cinco) Brasileiro por Equipes.
12 Toques: Qual ou quais Botonistas você admira? Michilin: Vou fugir um pouco do óbvio. Claro que os grandes campeões são admirados por todos. Mas vou deixar aqui uma homenagem àqueles Botonistas que, além de jogarem, também são responsáveis por organizar/dirigir os clubes e Federações, pois são poucos que se dispõem a isso. A grande maioria só quer colocar o time na mesa e jogar. E para citar alguns aqui de SP (mas todos que se enquadram nessa categoria, em todo Brasil, sintam-se homenageados): Della Torre, Edu Henrique, Muradian, Gil, Farah, De Franco, Elcio, Elvio.
12 Toques: Qual Botonista você seria se pudesse ser outra pessoa? Michilin: Os Botonistas, na grande maioria, fazem parte de uma categoria um pouco desprovida de beleza (muitos risos) então, deixa eu continuar com essa minha carcaça bem conservada (mais risos).
12 Toques: Quem é seu freguês? Michilin: Essa é fácil. Quem joga aqui em SP sabe. Ele vai negar, vai pedir auditoria nos meus cadernos, mas o Jefferson é meu freguês de carteirinha... Ele joga demais, está no meu Top 5, mas vive pedindo CPF na nota (muitos e muitos risos).
12 Toques: E de quem você é freguês? Michilin: Tem alguns, mas não vou dar os nomes, senão eu já começo perdendo de 2 gols no próximo confronto.
12 Toques: Equipes ou individual? Michilin: Equipes. A energia da equipe toda acompanhando os jogos, torcendo, comemorando ou chorando é muito maior que nos torneios individuais.
12 Toques: Argola ou fechado? Explique! MIchilin: Quando comecei a jogar, usei time fechado por vários anos. Depois mudei para Argola e jogo com eles até hoje. Mas não tem um melhor que o outro, tem o que você mais se adapta, se sente com mais confiança.
12 Toques: Jogo inesquecível? Michilin: Vou citar 2 jogos. O primeiro uma vitória sobre o Cássio (7x6) no Brasileiro Individual de 1997. Como já disse, era uma fase final e nós disputamos ponto a ponto o título, então, essa vitória foi fundamental para a minha conquista. A segunda foi a Final do Open de Socorro do ano passado, 6 x 4 contra o Quinho, mas esse jogo foi inesquecível só pelo 1º tempo, quando fiz os 5 chutes que executei. Fim do 1º tempo: 5 x 1, mas como era o Quinho o adversário, claro que teria que ter um pouco de sofrimento. Como gastei meu estoque de gols, no 2º tempo o jogo ficou complicado, mas consegui segurar a reação dele.
12 Toques: Um gol inesquecível? Michilin: Dizem que quando um goleiro faz uma grande defesa, ela vale como um gol. Então vou colocar a defesa do Pepsinho (meu goleiro desde 1990) num chute na campainha do Vinicius de Simone, no jogo contra o XV de Agosto no Sul-americano por Equipes de 2017, em Córdoba (Argentina). Se o Vinicius fizesse o gol, nós estaríamos eliminados. Essa defesa, abriu o caminho para a nossa conquista.
12 Toques: E a viagem mais louca que você fez para ir jogar? Michilin: Duas das minhas maiores paixões na vida: Futebol de Mesa e Viajar. Quando comecei a jogar, o mais longe que íamos para jogar era até Santos. O tempo foi passando e as competições foram indo cada vez para mais longe: primeiro para o interior de SP, depois para o Paraná, depois para o Rio de Janeiro, demais regiões do Brasil, América do Sul, Europa... quem diria... para escolher uma viagem, diria que seria o Mundial na Hungria. Jamais poderia imaginar que um dia iria jogar botão tão longe!
PRINCIPAIS TÍTULOS:
Campeão Brasileiro Individual - 1997;
Campeão Paulista Individual - 1999;
Heptacampeão Paulista por Equipes - 1990/92/98/2003/07/13/18;
Pentacampeão Brasileiro por Equipes - 2007/08/09/12/13;
Tetracampeão Sul-americano por Equipes - 2014/15/17/19;
Campeão Mundial por Equipes - 2016;
Bicampeão Mundial de Seleções - 2015/2018.
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