24/04/2020 - Por Marcello Loiacono
Nesta edição de 12 Toques com Loiacono, conversamos com o mestre Erismar. Erismar Ferreira Gomes tem 58 anos de idade, é Corretor de Seguros, e um craque do futebol de mesa.
12 Toques: Como conheceu o esporte federado, e em quais clubes jogou?
Erismar: Conheci o esporte federado no final de 83 quando lia as matérias que saia no antigo Jornal A Gazeta Esportiva, esse jornal publicava sobre os campeonatos, em 1984 procurei a FPFM e me federei, naquela época podia se federar mesmo não sendo ligado a nenhum clube, nesse mesmo jornal o Mura fez uma publicação de um torneio para iniciantes no começo de 1984, que ele estava organizando no antigo Canada Clube no Belenzinho-SP, me inscrevi no torneio, acabei me destacando, peguei gosto e estou até hoje no esporte. Joguei no Grêmio Paulista, Maria Zélia e Corinthians, onde também fui um dos fundadores do departamento lá em 1988.
12 Toques: Qual o título mais importante? Erismar: Pela hierarquia, o Brasileiro Master individual em Curitiba no ano de 2005. E por equipes o nosso 1º título Brasileiro Master em 2011.
12 Toques: E o título mais difícil?
Erismar: O Paulista Master 2008, na última rodada o Mura estava 2 pontos na minha frente, eu precisava ganhar e o Mura perder, é difícil torcer contra companheiro de clube, pelo menos pra mim, ainda mais que o adversário do Mura vinha muito mal no torneio, então não torci, fui pra minha mesa e me concentrei só no meu jogo sem olhar pra mais nada, tive um jogo duro contra o Brambilla, ganhei na campainha, na minha cabeça eu já era o vice, mas o Mura também tomou a virada na campainha e fui o Campeão.
12 Toques: Qual ou quais Botonistas você admira? Erismar: O Mura que foi meu mestre, foi com ele que aprendi a jogar de maneira competitiva. O Lito pelo seu toque de bola refinado. Em habilidade o Jefferson pra mim é o melhor de todos. O Quinho que praticamente não erra nada quando esta concentrado, além de ser um gentleman.
12 Toques: Qual Botonista você seria se pudesse ser outra pessoa?
Erismar: Sinceramente não queria ser outra pessoa, nunca pensei nisso.
12 Toques: Quem é seu freguês?
Erismar: Olha vou te contar que eu dou sorte com muita gente, mas acho deselegante taxar alguém de freguês, pra brincar vou votar no Marcio Lima, que fiquei um ano e meio sem perder pra ele no Master.
12 Toques: E de quem você é freguês? Erismar: Diney, desde que eu jogo é o cara que mais perdi sem dúvida.
12 Toques: Equipes ou individual?
Erismar: Não da para escolher, são duas competições completamente diferentes, no equipes tem o peso de você ter que ajudar a equipe, tem uma cobrança interna, sua, de que tem que pontuar e pontuar bem para contribuir. O individual você tem que se superar a cada partida, além de superar o adversário, mas se não der não está prejudicando ninguém, são emoções diferentes, ambas muito fortes, não consigo escolher.
12 Toques: Argola ou fechado? Explique! Erismar: Vou escolher o vitrine que foi o tipo de time que mais ganhei competições.
12 Toques: Jogo inesquecível? Erismar: Putz, foram muitos, vou ficar com a final do 1º Aberto 2015 contra o Thiago Penna, que estava 100% na competição, jogava pelo empate e estava ganhando o jogo já no segundo tempo, consegui virar o jogo faltava uns 3 minutos para acabar, ele fazia eu fazia, até que fiz o 8º gol no finalzinho, ele saiu e já pediu para o gol do meio de campo na campainha, e errou. Fui campeão ganhando de 8x7.
12 Toques: Um gol inesquecível?
Erismar: O gol do título do brasileiro de 2005, vinha de um jogo perfeito na semi-final onde havia ganho de 6x1, na final a bola não entrava, ai resolvi arriscar um chute de longe e fui feliz, fiz o gol e empatei o jogo, jogava pelo empate e fiquei com o título.
12 Toques: E a viagem mais louca que você fez para ir jogar? Erismar: Sem dúvida a viagem para o Brasileiro de Botucatu, a gente reservou hotel 3 meses antes e tudo pago, chegamos na cidade e o Hotel simplesmente não garantiu a vaga, não havia um hotel com vaga, todos lotados, estávamos Eu, Mura, Lito e meu filho Guilherme, fomos parar numa pensão de última categoria, para você ter uma ideia a televisão que só pegava o SBT estava em cima de uma caixa de tomates, o quarto parecia um quarto de filme tipo sexta-feira 13, imundo, baratas, só era melhor que dormir na rua (acho). Eu o Gui e o Lito não dormíamos, e o engraçado é que o Mura capotava e foi o Campeão desse brasileiro. Essa foi muito louca pelos perrengues que passamos.
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