15/04/2020 - Por Marcello Loiacono
Nesta edição de 12 Toques com Loiacono, conversamos com o craque paranaense Dalla Stella. Carlos Alberto Dalla Stella tem 49 anos de idade, é empreendedor individual, e bicampeão brasileiro de futebol de mesa.
12 Toques: Como conheceu o esporte federado, e em quais clubes jogou?
Dalla: Eu ganhei meu primeiro time de botão ainda quando criança em torno de 7 ou 8 anos. Sempre joguei com amigos e vizinhos. Em meados de 1988 eu encontrei alguns escudos de times italianos na revista Placar e resolvi fazer um campeonato Italiano jogando sozinho. Aos poucos eu fui aumentando cada vez mais meus times e cheguei a fazer 5 temporadas completas do campeonato. Em 89, eu vi um anúncio no outdoor do ônibus, a caminho do trabalho, que haveria um campeonato de Futmesa em uma praça aqui em Curitiba. Me inscrevi e depois da minha participação, que foi bem rápida, eu recebi o convite de me filiar a Federação Paranaense de Futmesa pelo então presidente já falecido Paulo Albuquerque. A partir daí eu entrei definitivamente no meio do Futmesa e meu primeiro time que joguei, foi a Sociedade Morgenau. Na sequencia eu fui jogar pelo Coritiba FC, Dom Pedro II, SESC, AABB, Sexta Bola e atualmente Dom Pedro II novamente.
12 Toques: Qual o título mais importante? Dalla: Sem dúvidas nenhuma, o título mais importante foi de Campeão Brasileiro 2012 Master. Não só por ser o primeiro na categoria, pois em 2013 eu fui bicampeão, mas pela forma com que aconteceu, pois já vários campeões brasileiros de todas as categorias já foram campeões invictos, mas a minha campanha foi de 100% de aproveitamento. Foram ao todo 20 jogos e 20 vitórias e por isso eu julgo a mais importante. Eu não jogaria a categoria Master, mas a pedidos dos meus colegas de equipe (Sexta Bola), pois haveria em Curitiba o campeonato Brasileiro de Equipes Master, eu mudei para a categoria. Na competição nós terminamos como campeões da série prata e aos poucos eu fui me acostumando com a categoria.
12 Toques: E o título mais difícil? Dalla: Foi o Brasileiro de 2013 em Goiânia. Neste campeonato o alvo a ser batido na categoria era eu. Todos que vinham jogar comigo, vinham com muita vontade de tirar a minha invencibilidade. Como foram menos participantes, a fase final foi de pontos corridos e eu na penúltima rodada conquistei o bicampeonato até aí também de forma invicta, porém após a conquista eu teria mais um jogo a fazer e foi com o grande amigo Éder Sérgio-PE e acabei perdendo a invencibilidade quando eu podia.
12 Toques: Qual ou quais Botonistas você admira? Dalla: O Botonista que mais admiro é o meu amigo Robertinho. Acho ele um Botonista fantástico de muitos recursos e com uma categoria impar, além de todos os títulos que ele já conquistou a nível Nacional, que nem preciso mencionar. Tem outros vários Botonistas que também admiro: Quinho, Jefferson, Fabio Maia e na minha categoria, considero também grandes adversários muito complicados de vencer, Teruel, Armando e Rodolfo.
12 Toques: Qual Botonista você seria se pudesse ser outra pessoa? Dalla: Seria eu mesmo. Acho que cada um tem suas características e eu não mudaria meu estilo de jogo.
12 Toques: Quem é seu freguês? Dalla: Meu grande amigo e compadre Paulo Duleba. Ele já entra na mesa pra jogar comigo derrotado, e já falei várias vezes que ele tem que jogar menos pressionado pra poder fazer o seu jogo.
12 Toques: E de quem você é freguês? Dalla: Sou freguês de carteirinha do Robertinho. Eu tenho uma dificuldade enorme de jogar com ele e sempre tento fazer de tudo, mas como é complicado ganhar dele (risos).
12 Toques: Equipes ou individual? Dalla: Eu gosto das duas, mas individual eu consigo jogar mais a vontade. Equipes eu acho um campeonato fantástico, mas nem sempre eu consigo jogar igual jogo no individual, mas em termos de clima, o equipes é muito melhor.
12 Toques: Argola ou fechado? Explique!
Dalla: Meus maiores títulos sempre foram com argola, mas eu amo jogar com time furinho.
Acho o toque de bola muito mais preciso e o chute satisfatório.
12 Toques: Jogo inesquecível? Dalla: Quartas de final do Brasileiro 2012 contra o também paranaense Almo de Paula que foi algumas vezes campeão brasileiro Master. Um jogo muito catimbado, que é caraterística do adversário e ele ficou o tempo todo na minha frente. Jogo amarrado e com muita demora para ele fazer as jogadas e o jogo empatado em 3x3 já no seu final e ele errou um chute da cara do gol e me deu o contra-ataque e eu tive que buscar a bola lá na defesa dele. Com calma, pois o empate era meu, eu fui buscar a bola com muita esperteza, fiz a jogada desta vez eu catimbando, e consegui ajeitar a bola, chutar e fazer o gol, e antes mesmo que ele colocasse a bola no centro, o sinal tocou. Nesta partida eu senti que o campeonato estava muito perto.
12 Toques: Um gol inesquecível? Dalla: O gol que deixei de fazer. Desde que eu comecei a jogar futebol de mesa, eu sempre sonhei em chutar uma bola na campainha para ser campeão brasileiro e em 2012 na final contra o Marcelo Lages eu teria esta chance, apesar do placar já estar 6x4, mas eu pedi pro gol e a campainha tocou. Meus companheiros de equipe que estavam ao meu redor, invadiram o cercado e me agarraram comemorando e eu não consegui chutar a bola no gol. Pra mim este foi um momento inesquecível e que eu tenho que agradecer pelos meus verdadeiros amigos, pois foi uma emoção jamais sentida no Futmesa.
12 Toques: E a viagem mais louca que você fez pra ir jogar? Dalla: Já fizemos várias viagens malucas para ir jogar, mas uma delas foi para Socorro em 2000 se não me engano. Fomos com um ônibus fretado e na volta resolveram fazer outro caminho para desviar São Paulo e acabamos demorando muito mais que se fizéssemos o trajeto normal. O mais engraçado destas viagens é que sempre relembramos de outras viagens engraçadas que fizemos praticando o Futmesa.
Comments